Indy Vandark

sábado, 17 de novembro de 2012

Sombra Paranormal





Essa era a última coisa que eu esperava.
(Parte 1)

A vontade de ler a bíblia... Essa era a última coisa que eu esperava numa manhã de sexta-feira. Essa vontade me aconteceu depois que vi a destruição de Sodoma e Gomorra (cidades bíblicas) nos meus sonhos. Acordei sentindo na pele como se eu estivesse lá, sentia-me estranhamente energizada, isso não era de costume, pois, sempre que eu tinha um sonho profundo, ficava totalmente fraca, cansada.
Olhei para a antiga bíblia da minha mãe que estava sob um rádio antigo mais velho que eu, senti uma sensação estranha, calafrios me dominaram. Mas eu sabia que precisava lutar contra esse medo que gelava meu interior. Tentei e tentava, mas não conseguia entender porque que eu sentia aquele medo atroz.
De repente, ouvi o silvo do vento olhei para o corredor e avistei uma sombra a se formar. Era de uma forma embaçada, preta e familiar que estava à espreita ao lado da verdadeira sombra de um ramo ao meu quarto, mais ou menos dez metros à minha frente. Abismada, dei um passo na direção daquela coisa, e a sombra se encolheu, tentei não fazer movimentos bruscos, cheguei mais e mais perto, torcendo para que a sombra não fugisse. Era quase que uma novidade para mim, pois a última vez que isso me aconteceu, fazia muito tempo e eu nunca tivera coragem de se aproximar para ver o que realmente é além de uma sombra. Ali a sombra se contorceu sob um pequeno criado-mudo do quarto, mas ficou onde estava. Com o coração gelado de medo, tentei me acalmar. Sim, não haveria ninguém acordado em casa, e se acontecesse algo, com certeza haveria uma chance de ninguém sentir minha falta por um bom tempo.
Mas não havia motivo para entrar em pânico. Eu estava sentindo o mesmo tremor nas mãos que costuma sentir ao ver as sombras quando menina, antes de ter aprendido que eram basicamente inofensivas. Chegou à hora de fazer alguma coisa, podia tentar ficar congelada ali para sempre, quanto se acovardar e ir de volta para a sala de mal-humor, ou... Perguntei: - “O que você quer?” Não ouvi nenhum som para se fazer de uma resposta, mas a sombra foi se formando por completo e transformou-se idêntica a sombra de um humano, poderia ser a sombra de alguém que estivesse ali escondido, pensei na hipótese, mas não, de acordo com o anglo do quarto, a única sombra que poderia estar sob um criado-mudo era a minha, que estava diante de uma pequena passagem de sol no buraco da janela. Mas não era a minha sombra, pois ela estava se esticando cada vez, tornando-se enormemente anormal.
A porta da sala bateu tão ferozmente, tomei um grande susto, sentia-me completamente sem ar, minha vista escureceu, e depois de alguns segundos percebi que a sombra sumiu. Por um momento não sabia nem por qual motivo eu estava ali em pé parada, sentia uma sensação de peso em meu corpo. De repente minha vista novamente foi perdendo as cores, e lentamente despenquei. Acordei deitada na cama, porém agora, com uma breve sensação de alívio.
Voltei em si e perguntei-me se tudo aquilo que acontecera foi realmente verdade, ou um estranho sonho, que parecia tão real. Fiquei um bom tempo estatelada e pensando, se poderia inclusive descobrir como desvendar esse mistério.


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