Indy Vandark

sábado, 19 de janeiro de 2013

O jovem, Einstein.



Professor: Hoje, eu vou provar pra vocês que se Deus existe, ele é mal. Deus criou tudo que existe? (pausa)
Professor: Se Deus criou tudo... então ele criou o mal. O que significa que Deus é mal.
-um garotinho lá atrás levanta a mão-
Garoto: Com lincença, Professor... o frio existe?
Professor: Que tipo de pergunta é essa? Claro que ele existe. Você nunca teve frio?
Garoto: Na verdade senhor, o frio não existe. De acordo com as leis da física, o que nós consideramos frio é, na realidade, ausência de calor. - o garoto continua - Professor, a escuridão existe?
Professor: Claro que existe.
Garoto: Você está errado senhor. A escuridão também não existe. A escuridão, na realidade, é a ausência de luz. A luz, nós podemos estudar mas não a escuridão. O mal não existe, é a mesma coisa da escuridão e do frio. Deus não criou o mal. O mal é resultado do que acontece quando o homem não tem o amor de Deus presente em seu coração.
-O garoto se senta-
Professor: Como é seu nome garoto?
Garoto: Albert Einstein, senhor.

Os Anjos Invadiram o Inferno


Queria sentir o vento me tocar nas alturas do céu. Isto está na eminência de querer e não de poder. Á vista disso, talvez, não é bem isso que quero dizer.
Queria ter asas, para poder ser um anjo, cujo anjo liberto, voar livremente. Compreende?
Mas sou apenas mais um, porém, um único.
Vivo intensamente, sem medo de errar, faço o que desejo, isso gera os meus defeitos, Portanto, talvez, sejam esses desejos que a me tornam má.
Mandaram-me escolher um caminho e prometeram-me a liberdade, mas na vida que vivo, promessa é falsidade.
Deram-me um bombom da liberdade, me prometeram asas, e nesse caminho segui completamente entregue, como se eu estivesse de olhos vendados, caminhando a caminho de um presente prometido.
Mas era o caminho errado, disseram-me que era o paraíso certo, mas os homens disfarçados me abriram a porta do inferno.
Foi aí que aprendi, dei conta que existem pessoas falsas que tem o poder de fazer qualquer um otário acreditarem, apenas com simples palavras de promessa. Oh maldita hipocrisia. Vi-me em uma cena igual a da Branca de Neve enganada pela aquela maldita velhinha, ou o da Chapeuzinho Vermelho enganada pelo fedido Lobo Mal. Comparando os três, talvez, o meu caso é pior. Avassaladoramente fui enganada, dentro daquele bombom tivera uma granada.
Malignidade. Talvez um dia eu aprenda.
O que fizeram de mim? Esse lugar define um suplício tormento infligido a alguém.
Aqui não existe dia. Apenas longas noites escuras e tonantes. Talvez eu até gosto disso, mas nem tanto. Eu tenho uma forte atração pela obscuridade e o ocultismo. Mas nada sério, como quando julgaram uma pobre garota de ser doentia, por apenas admirar o inferno e os males que existem no mundo obscuro.
Mas eu estava cercada por farsistas, pessoas que queriam meu mal, eu tive a certeza de que me trouxeram para o inferno, quando aquela espécie desumana me atirou fogo abaixo, querendo queimar toda a digna paz que existia sobre mim. Eram eles, os filhos do satanás, eram todos diabólicos. E não os julgo de pessoas, e sim, de espécie, espécie do mal.
Meus anjos me viram chorar, e lá eles foram tentar me salvar. (Talvez essa parte dos anjos seja entendida como um simples conto estúpido, mas são esses anjos que vão dar o significado a entender da história).
A batalha começou. Anjos e demônios, em plena virtude de vencer uma imensa batalha. Senti o tremor. Capaz de abalar as estruturas daquele lugar infernal.
Mas a força do mal, naquele caso era maior, e aquelas imundas espécies, prenderam meus anjos sem dó.
Para mim foi o fim da estrada. As asas dos anjos foram cortadas. Eles não poderão voar de volta para o céu. E nesse momento, estava eu, a observar um misterioso enigma, pois, as tais espécies me ofereceram as asas para eu poder voar no escuro céu. Como prometido. Tudo o que eu queria era voar. Mas se eu escolhesse as asas, meus anjos iriam ser queimados.
Já estava tudo perdido, e naquela situação eu pensei como o nerd emo Light Yagami nas suas decisões, do Anime Death Note. Pensei negativamente: “Se eu não escolher as asas, não vou poder realizar meus desejos, e assim continuarei aqui, neste sombrio lugar, com meus anjos derrotados pelos demônios, sem poder me salvar.” Continuei a pensar desta vez positivamente: “Se eu escolher as asas irei poder voar , não só poder realizar o meu desejo, como também poder me livrar deste lugar, pois voando, do inferno poderei sair. E enquanto aos meus anjos, a missão deles é me salvar, ou seja, eu escolhendo as asas para poder me livrar, meus anjos estarão automaticamente me salvando.” Tiro a conclusão que o segundo pensamento será o melhor para mim.
Escolhi as asas, e em minha frente os meus anjos, no qual posso julgar guardiões, vi todos sendo queimados pelo fogo do inferno. Aquela imagem pairou em minha mente. E se eu fiz a escolha errada? Meus anjos se arriscaram por mim, e o que eu fiz por eles? Nada. Apenas nada. Pensei apenas em mim.
Realizei o meu desejo, como prometeram aqueles homens desconhecidos. Lentamente asas mutavearam em mim. Senti meu corpo se transformando, e fui me distorcendo sem dor, senti aquelas asas crescerem lentamente sobre as minhas costas.
- Tornei-me um anjo? É isso?
Perguntei aquela espécie desumana que me observava a cada movimento.
E com uma voz rouca ele disse lentamente
- Sim, porém, talvez não.
Por mais que eu tentasse, não iria saber o que aquela frase significava. Era algo sem sentido.
Tudo o que eu queria era voar livre, e já que eu tinha as asas pensei em fugir dali. Rapidamente abri as asas, peguei impulso, mas não consegui desta vez. Precisava levar um bom tempo para se conseguir, e finalmente se acostumar.
Finalmente estava eu voando, livre como um pássaro no céu. Mas haveria de ter algo errado. Como eu iria sair daquele lugar?
Por mais que eu continuasse voando, por mais longe que eu chegasse eu continuaria exatamente no mesmo lugar. No inferno.
Foi aí que aquela horrível espécie desumana me falou:
- O que você está tentando fazer demônio de asas? Você não pode fugir daqui, pois no inferno também existe céu.
Aquelas palavras me fizeram tomar um grande choque, e despenquei do alto.
- Como assim? Eu, demônio? Irei viver aqui para sempre?
Perguntei apavoradamente.
- Sim, pois, os únicos que poderiam lhe salvar, eram os seus anjos. Mas como você escolheu a morte deles, por culpa dos desejos, não há salvação. E isso fez com que você se tornasse um demônio. Você é um de nós, aqui é o seu lugar.
O enigma era esse. Hoje vivo eternamente presa sob o céu do inferno. Eternidade é pouco para dizer o quão tempo irei de passar lá.
E só assim aprendi que asas não significam liberdade.

O Poder da Fumaça do Café


   

        Quarta passada, sete horas da manhã. Acordo com o tic-tac do relógio antigo que fica entre os dois criados-mudos do tempo de antes da primeira guerra mundial, no quarto da minha avó – a que cheira tabaco escondida – e o barulho de gotas pingando da pia velha do banheiro sujo do lado do quarto.
Eu gosto disso, pois assim tenho a certeza de que o silêncio não está presente, pois, é ele que me faz pensar. E ao pensar sempre enxergo o lado ruim da vida.
        Acordei sentindo convictamente de que estive muito doente, e despertei de uma grande enfermidade, parecia que eu estive em um coma profundo. Sentia meu corpo pesado, como se eu estivesse carregando um peso de mil toneladas estagnadas dentro da minha alma.
        Ouço de longe um clangor vindo junto com o vento, pela janela que sozinha abre despertando um clarão, que fez arder meus olhos, me acordar de vez e revelar para mim que estou no mundo.
        O cheiro forte da fumaça do café que minha mãe preparava, me trouxeram nostalgia do dia anterior, eu tentava lembrar de algo, mas a memória falhava, eu tentava, mas não conseguia. Era como se alguém tivesse apagado minha memória por completo. Nostalgizei também – principalmente - do tempo em que eu era inocente, onde eu assistia Bob Esponja sem enxergar que ele é gay, cantava a música de sabão crá-crá sem entender e cu era apenas o símbolo do cobre.
Mas de volta a realidade, bate na porta um velhote vendendo livrinhos infantis. Ele tinha uma tatuagem rangífer de um antigo instrumento de suplício (dois madeiros, um atravessado no outro) em que se amarravam condenados à morte, e segunda a religião é a cruz em que foi pregado Cristo, ou na representação dela, um símbolo da redenção de Cristo e do Cristianismo.
Achei estranho um velho tatuado trabalhar pela manhã vendendo livros infantis, e alegava que estava precisando muito de uma ajuda, para comprar o almoço de mais tarde. Ruim é olhar para esse pobre velho e saber que um político corrupto está boiando em dinheiro e é obeso. Como já dizia o Cazuza: “Vamos pedir piedade... (8)” Pois é, mas o senhor piedade está no céu. Você sabe muito bem que somos sobreviventes de um desastre mental. E aqui é o mundo doente onde vivemos, o qual eu julgo de verdadeiro inferno. Bandidos matam policiais, policiais viram bandidos e a sociedade lá sofrendo por falta de segurança. E o melhor a fazer é sentir o cheiro da fumaça do café e lembrar de quando eu não sabia de tudo isso. Por falar nisso, eu preferia ficar sem saber do segredo dos The Rolling Stones - Sempre tenho que mencionar um terceiro caso relacionado a alguma banda – é quase que obrigação.
        Você não sabe o que é desafiar a igreja lendo um código no índex de cabeça para baixo e afirmar que é devoto de grandes filósofos ateus, mas você não é ateu - muito menos religioso – Você não sabe o que é acreditar na teoria que alegam que o glorioso William Shakespeare se casou com oito anos de idade com uma mulher mais velha, por causa dos costumes do seu país natal, e depois disseram que ele era ela. Sim, naquele tempo as mulheres não eram bem recebidas, nem recebidas no mundo da teoria e do pensamento. E a conclusão sobre o grande foi dada. Entre vários e outros historiadores e pesquisadores que desafiam e desconfiam das palavras do mestre. William Shakespeare, nada mais nada menos, simplesmente nunca existiu. Essa foi uma das coisas mais bizarras que alguém pode ter inventado – O personagem Shakespeare, ou um mito sobre a verdade de Shakespeare – Então me diga referentes, quem iria criar um personagem para esconder sua sabedoria? Alguém jamais. Ah, esse mito deve ter surgido depois desses referentes terem cheirado muito, mas muito a fumaça do café. Esse é o mundo bizarro.
        Lembrei do caso da mãe prostituta que colocava vodka no leite do bebê. O jovem punk anarquista que odiava a todo tipo de lei, quebrava as regras e quando cresceu estudou para ser advogado. Mas que droga é essa? Alguém começa a pensar no lado irônico da vida depois que cheira a fumaça do café? Você já ouviu maldita? Sei que não. Sinto esse mesmo sintoma quando os ouço. Erich canta: “(...) homens e mulheres constroem suas vidas, eles se entorpecem de sexo, bebidas e anfetaminas. E não deixam um lugar para um humilde pastor, que quer abrir as portas da casa da sua dor. Então vem o pastor e invade a tua casa, espanta teus amigos e quer comer tua namorada, e então você ateu se fudeu, e foi confirmar na merda que não existe um Deus...” Também concordo com ele quando ele critica o Brasil de bastardos da América. “(...) Nossa alma não mais será odiada pelo vaticano, nós somos sul-americanos vizinhos desses filhos da puta que fabricam mentira e nós como o resto do mundo, simplesmente pagamos por ela.” A verdade é que Erich só escreve quando também, sente o cheiro da fumaça do café. Isso realmente é algo frustrante.


sábado, 12 de janeiro de 2013

Epítome de Estilhaça-me.


                 Epítome
                                   


Estou aprisionada há 264 dias.
Não tenho nada senão um caderno e uma caneta quebrada e os números na cabeça para me fazer companhia. Uma janela. Quatro paredes. Espaço de 1,48 m². Vinte e seis letras de um alfabeto, do qual não fiz uso em 264 dias de isolamento.
Seis mil trezentas e trinta e seis horas desde que toquei outro ser humano.
– Você vai ganhar um companheiro de cela – disseram para mim.
– Agente espera que você apodreça neste lugar. Por bom comportamento
– disseram para mim.
– Outro psicótico igual a você. Acabou o isolamento – disseram para mim.
Eles são os asseclas do Restabelecimento. A iniciativa que supostamente deveria ajudar nossa sociedade agonizante. As mesmas pessoas que me arrancaram da casa de meus pais e me trancafiaram em um porão por causa de algo que me fugia ao controle. Ninguém se importa com o fato de que eu não sabia do que era capaz. De que eu não sabia o que estava fazendo.
Não faço ideia de onde estou.
Só sei que fui transportada por alguém dentro de um furgão branco que levou 6h37min para me trazer até aqui. Sei que fui algemada em meu assento. Sei que fui amarrada em minha cadeira. Sei que meus pais jamais se preocuparam em se despedir.
Sei que não chorei enquanto era levada.
O sol cai dentro do oceano e respinga marrons e vermelhos e amarelos e laranja no mundo exterior a minha janela. Um milhão de folhas de uma centena de diferentes ramos mergulham no vento, flutuando com a falsa promessa de vôo. A rajada de vento atinge suas asas secas apenas para forçá-las para baixo, esquecidas, deixadas ao pisoteio dos soldados ao chão.
Não há tantas árvores como antes, é o que dizem os cientistas. Eles dizem que nosso mundo costumava ser verde. Nossas nuvens costumavam ser brancas. Nosso Sol era sempre o tipo certo de luz. Mas tenho frágeis memórias desse mundo. Não me lembro muito de como era antes. A única existência que conheço agora é a que me foi dada. Um eco do que costumava ser.
Pressiono a palma da mão contra a pequena vidraça e sinto o frio cingi lá em um abraço familiar. Estamos ambas sozinhas, ambas existindo como a ausência de qualquer outra coisa.
Apanho minha caneta quase inútil e de pouquíssima tinta, e cujo uso aprendi a racionar um dia após o outro, e olho fixamente para ela. Mudo de ideia. Abandono o esforço necessário para escrever. Ter um companheiro de cela poderia ser bom. Conversar com um ser humano de verdade poderia facilitar as coisas. Pratico usando a voz, moldando os lábios à forma das palavras familiares que me são estranhas à boca. Pratico todos os dias.
Fico surpresa por lembrar como se fala.
Enrolo meu caderninho e o enfio na parede. Sento-me nas molas cobertas de pano sobre as quais sou forçada a dormir. Espero. Balanço-me de um lado para o outro e espero.
Espero muito tempo e caio no sono.

Meus olhos se abrem a dois lábios duas orelhas duas sobrancelhas.
Contenho meu grito na urgência de dominar o horror paralisante que e toma os membros.
– Você é um ga-ga-garoto...
– E você é uma garota. – Ele ergue uma sobrancelha. Ele se inclina, desviando-se de meu rosto. Ele força um riso, mas ele não está sorrindo. E eu quero chorar, meus olhos se desesperam, aterrados, lançando-se em direção à porta que perdi as contas de tantas vezes que tentei abrir. Eles me trancaram com um garoto. Um garoto.
Deus!
Eles estão tentando me matar.
Eles fizeram isso de propósito.
Para me torturar, para me atormentar, para eu nunca mais dormir durante a noite. Seus braços são tatuados até os cotovelos. Na sobrancelha falta-lhe uma argola, que eles devem ter confiscado. Olhos azul-escuros, cabelos castanho-escuros, linha da mandíbula definida, físico forte e magro. Deslumbrante. Perigoso. Aterrorizante. Horrível.
Ele ri e eu caio da cama e corro para o canto.
Ele avalia o pequeno travesseiro sobre a cama vaga que eles empurram para o espaço vazio esta manhã, o reduzido colchão e o cobertor surrado nem mesmo grandes o bastante para dar conta da metade superior de seu corpo. Ele olha para minha cama. Olha para sua cama.
Junta as duas com uma mão. Usa o pé para empurrar as duas armações de metal para o seu lado do quarto. Estende-se sobre os dois colchões, tomando meu travesseiro para amortecer se pescoço. Comecei a tremer.
Mordo o lábio e tento ocultar-me no canto escuro.
Ele roubou minha cama, meu cobertor, meu travesseiro.
Não tenho nada senão o chão.
Não terei nada senão o chão.
Jamais irei me opor porque estou petrificada demais paralisada demais paranóica demais.
– Então você é... o quê? Louca? É por isso que está aqui?
Não sou louca.
Ele se apóia novamente para ver um rosto. Ele ri novamente.
– Não vou machucá-la.
Quero acreditar nele. Não quero acreditar nele.


Segunda-feira, 10 de dezembro de 2012. 11h53:58
Lauren Kate.